sexta-feira, 24 de abril de 2009

Inocência


A garotinha caminhava com seu cachorrinho
Num fim de tarde, cantando melodias
Que lembrava-lhe de seu falecido pai.
Ela aprendera com ele, tudo que que chama de casa.
Numa cidade pacata, aqueles lábios avermelhados
Sentiam-se velhos e estranhos
Como uma manhã solitária de primavera.
Com seus olhos ofuscando,
Ela voava com pássaros em torno do oceano,
Tentando falar com Deus.

Ela flutuava em seu voo arremessando migalhas de pães.
Se a garotinha soubesse que tudo voltaria a seu devido lugar,
Daria um fim àquela historia
Mas seu pai não haverá lhe contado tudo sobre o mundo,
Tudo que, para ele, não valia nada.
Ela sabia que seus olhos seguiam
Uma linha no mar, no horizonte, na aurora,
Um rosto que não enxergava a verdade e nem se quer, um carácter,
O que realmente importava era um mundo
No qual vivera sozinha, próprio de caminhos duradouros.
Mas a garotinha se sentia como brinquedos crescidos,
Fora da alta realidade, largada por calendários de negócios,
E tudo, tudo havia mudado para ela
Pois seus sentimentos sofrera
Expectativas de uma vida limitada.

Embora ela tentasse dissipar suas agonias,
Haveria sempre uma boca quase elegante, jamais esquecida,
E por mais que fosse lembrada,
Suas caricaturas já eram registradas
E quase afogadas numa intimidade do tamanho da lua
E em seu tipo cursivo, depois de pensara sobre tudo,
Aquela melodia fora esquecida quando os pássaros
Se isolaram da pequena chuva que caia.

A noite se fora e sua única salvação havia sumido
Mas ela pensou:
Pra quê preciso dela se tudo que tenho esta atrás de mim ?
Então sua boca voltou a avermelha-se
E ela continuou a caminhar com seu cachorrinho,
Recordando seu pouco tempo em sonhos perfeitos,
Recordando dias deixados á toa no tempo,
Tempos úteis de sua humilde sabedoria.

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